Com o aniversário dos Ultras a ser celebrado, gostava de salientar um momento que, não sendo o melhor para o HC Tigres é o que resume toda a filosofia e maneira de estar dos Ultras Almeirim: a primeira grande deslocação da claque, no final de um campeonato irreprimível a nível de resultados para enfrentar o CI Sagres na primeira mão de apuramento de campeão da 2ª divisão.
Começando pela viajem, os Ultras espalharam magia por onde passaram como só eles o sabem fazer. Criando amizades em cada paragem, é de salientar o grande momento que se gerou em Espinho com a associação académica local, futuros adversários na primeira divisão, culminando com os ultras a cantar em despedida celebrando a amizade acabada de criar.
O jogo em si foi marcado por uma derrota pesada (7-4 resultado final), mas foi aqui que os Ultras brilharam e mostraram porque são uma grande claque. Do primeiro ao último minuto sempre a acreditar e a puxar pela equipa, tanto em vantagem como em desvantagem. Mas isto qualquer claque o faz... agora o que distingue os Ultras de outras claques é que mesmo perdendo o jogo depois de uma difícil deslocação (uma viajem de 7 horas às costas) e sentindo influência da arbitragem no resultado do jogo (os árbitros também tiveram direito a ouvir as honestas opiniões acerca do seu desempenho) tendo tudo terminado, contra todas as expectativas (ou pelo menos as expectativas de muita gente) uma bela confraternização entre os membros da claque e os jogadores da equipa adversária que andavam pelo campo fazer alongamentos e com a direcção do clube com direito a registo fotográfico. O que resultou? Uma celebração ao hóquei e ao desporto em geral.
Há quem diga que os Ultras são uma claque betinha pela sua atitude, mas defendo o contrário: para quê ser uma igual a todas as outras? Mais uma entre tantas? É essa característica que distingue os Ultras das outras que mostra a sua força: força de carácter. Pois ser igual às outras é muito fácil, difícil é ter o poder de encaixe que os Ultras têm: o poder de encaixar as derrotas e celebrar as vitórias sem humilhar o adversário. Claro que em jogo tudo vale para desestabilizar o adversário e em jogo tudo se faz para o conseguir, mas não passa disso mesmo: de um jogo. Quando o jogo termina logo regressa o fairplay e o respeito pelo adversário pois o maior desejo dos Ultras foi e será assistir e criar um bom espectáculo de hóquei.
Claro que tudo isto não seria possível sem o líder que é o seu presidente, tal como o vice-presidente. Alguém que contra muitos obstáculos e esforço pessoal criaram todo o movimento que hoje se vive. A própria claque é um reflexo da sua própria personalidade e maneira de estar. Pois é certo que não é nada fácil manter a postura da claque e gerir tantas personalidades diferentes sem uma excelente capacidade de liderança e grande força de carácter com o respeito como palavra máxima.
A todos os Ultras um grande bem hajam e que possamos contar muitos aniversários
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